José Aldo Foto Miguel Sá José Aldo luta com Maracanãzinho lotado e quer evitar apagão do Brasil na Copa
Foto: Divulgação
José Aldo coloca mais uma vez seu cinturão dos pesos-penas em jogo contra o americano Chad Mendes neste sábado (24), no UFC 179. O duelo acontecerá no Maracanãzinho lotado, mas isso não assusta o campeão.
Em entrevista exclusiva, Aldo falou sobre o fiasco brasileiro na Copa e deu sua receita para vencer qualquer adversário, em qualquer lugar.
Veja a entrevista completa abaixo:
R7 - Como é sua preparação mental para as lutas? Você toma algum cuidado específico com a parte psicológica antes de entrar no octógono?
José Aldo - Pra mim o treinamento é muito importante. Se eu estiver bem treinado, não importa onde eu esteja lutando, sempre estarei bem. É nisso que eu acredito. Eu sempre dou o meu máximo no treino porque sei que isso é o que vai fazer minha cabeça ficar tranquila ali dentro, pronto para o que der e vier. Quanto mais treino você faz, melhor você fica para fazer o momento do jogo.
No caso da seleção, a mídia, os fãs, tinha muita coisa em cima deles e faltou um pouco mais de preparação. Faltou o foco na vitória. Eu procuro nunca cair no relaxamento de fama, mídia, torcida. Sempre mantenho meu foco em ser campeão, no meu cinturão. Tento me excluir de tudo para focar no meu treinamento e na minha vitória.
R7 - Quanto a parte mental pode ser decisiva, pegando o exemplo da derrota por 7 a 1 da seleção na Copa, no resultado final? Pode existir o apagão em todos os esportes?
José Aldo - Cabeça é tudo, em qualquer esporte. Se você estiver com a cabeça boa, o resto tá bem encaminhado. Sobre o 7 a 1 na Copa, o Brasil ficou desorganizado quando os gols começaram a sair. Pareciam amadores contra profissionais. Acho que com o tempo o jogo foi decorrendo, alguns que não tem a cabeça tão forte podem ter tido sim um apagão, mas eu não considero um apagão da equipe. Se todos estivessem com a cabeça forte seria outro jogo. Se jogassem hoje em dia, com certeza todos entrariam com outra mentalidade e seria outro resultado.
R7 - Você acha que pesou demais a pressão de jogarem no Brasil? Na sua primeira luta no Brasil, você venceu e saiu do octógono, foi pro meio da galera. Como é para você lutar aqui?
José Aldo - Pra mim, particularmente, é um privilégio. O calor da torcida vibrando, todo mundo junto, me dá um algo a mais. Eu esperava que o Brasil chegasse na final até por causa da torcida. No momento em que você está cansado, olha pra torcida e vê todo o apoio, é uma força a mais. Mas acho que muitos jogadores ali podem ter sentido um peso sim.
R7 - Onde você estava e o que você sentiu quando o jogo estava 5 a 0?
José Aldo - Estava em casa assistindo com a família e amigos, mas no 3 a 0 já deu pra ver que o jogo estava perdido. Se não fechasse o time ali, poderia até ser bem pior. A Alemanha estava muito bem organizada. No time do Brasil, um olhava pro outro e não sabia o que estava acontecendo.
R7 - Abriram demais a seleção? Perderam o foco na competição?
José Aldo - Já tinham feito isso antes, em 2006. Muita gente em volta pode sim tirar o foco. Pra quem não tem a cabeça boa, pode atrapalhar. Mas pra quem sabe que está ali por um objetivo a conquistar, não importa o que você esteja passando. Vi várias seleções que atendiam a imprensa, os fãs, mas na hora do treinamento fechava tudo e focava.
R7 - Um cara com o estilo do Dunga resolve nesse sentido?
José Aldo - Sim, ele pode fechar o grupo e proteger todos os jogadores de certas coisas que atrapalham. Em 2010 ele fez um bom trabalho mas não tinha uma padrão técnico muito avançado. Espero que ele faça o melhor agora e que a próxima Copa possa ser bem diferente do que foi a última.
R7 - Gostaria de ver o Dunga no seu time, o Flamengo?
José Aldo - Não, pra mim o melhor do Brasil é o Luxemburgo, ele é o que mais entende taticamente de futebol. Felipão também é muito bom treinador, mas na leitura de jogo, atuação no campo, o Luxemburgo é o melhor.